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Pesquisa revela que plantas são sensíveis ao toque

Atualizado: 24 de jan. de 2019

Pesquisa revela que plantas são sensíveis ao toque

Estudo australiano mostra que vegetais alteram DNA quando tocados Georgina Maynart e Agênciasgeorgina.maynart@reedbahia.com.br📷((foto: Georgina Maynart))

O toque pode influenciar no desenvolvimento das plantas de forma negativa. Foi o que concluiu um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade La Trobe, em Melbourne, na Austrália. A pesquisa revelou que as plantas são sensíveis ao toque, e que um simples esbarrão pode gerar alterações em 10% no DNA dos vegetais.

Durante os experimentos, os cientistas submeteram exemplares de plantas do gênero Arabidopsis thaliana a vários estímulos de toque. Os resultados demonstraram que o toque, seja ele leve ou repetido várias vezes, desencadeia mudanças genéticas na planta.

“Após um toque, dentro de meia hora, 10% do genoma da planta é alterado. Isso envolve um enorme gasto de energia que é tirado do crescimento das plantas. Se o toque se repetir, o crescimento delas pode ser reduzido em até 30%”, explicou o professor Jim Whelan. diretor do Instituto de Agricultura da universidade e líder da pesquisa.

De acordo com o estudo, publicado na revista científica The Plant Journal, e divulgado no Brasil pelo CIB – Conselho de Informações sobre Biotecnologia, ainda não existe uma resposta definitiva que explique porque as plantas reagem ao toque, mas uma das razões pode estar associada a uma estratégia natural de defesa contra o ataque de insetos. Durante os experimentos, quando um inseto pousava na folha, flor ou caule, os genes eram ativados e a planta se preparava para se defender.

Para os cientistas, estes resultados podem ajudar a desenvolver novas técnicas voltadas para estimular o crescimento, reduzir a sensibilidade da planta, ou aumentar a produtividade. O estudo pode auxiliar ainda no desenvolvimento de variedades menos sensíveis ao toque, porém mais resistentes a outros fatores que influenciam em muitas lavouras, como calor e frio.

A Arabidopsis thaliana, usada no experimento australiano, é uma planta nativa da Europa e da Ásia, pertencente à família das Brassicaceae, a mesma da mostarda. Agora os pesquisadores vão realizar novos testes com outras espécies de plantas.

Curiosidade

A influência de fatores externos no desenvolvimento das plantas sempre gerou curiosidade entre os cientistas. Em 2007 um estudo realizado por pesquisadores sul-coreanos sugeriu que as plantas reagem positivamente a melodias musicais.

Na época, plantas de arroz, expostas ao som de 14 fragmentos de música clássica, apresentaram alterações no nível de atividade genética.

Segundo a pesquisa do Instituto Nacional de Agricultura e Biotecnologia da Coreia do Sul, diante das ondas sonoras, os códigos de DNA da planta desencadearam processos biológicos voltados para o crescimento. O som provocou a reação de dois genes sensíveis à presença da luz.

No escuro, as plantas também reagiram à música e ativaram os genes do crescimento. As pesquisas ainda estão em andamento, mas há quem toque música clássica em estufas de criação de flores, principalmente orquídeas, consideradas espécies supersensíveis pelos colecionadores.

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