PANAPANÃ
NÓS, BORBOLETAS!
Perdi o meu par
e lembrei-me das borboletas
de em asas
que se espelham pôr aí.
mandalas
Complementando-se sem dividir-se.
Uma vez uma delas me disse:
“Não fique triste
ao perder o seu par.
De onde vens há muito,
muito mais a se encontrar.”
“Não somos só pares.
Na verdade,
somos doze, treze e as vezes
tantas mais
que nenhum outro olhar poderá contar.”
“E sempre haverá um desses
por onde você andar.”
“Se você lamentar ao deixar um ir
perderá um outro
que já está por vir.”
“Tem que agradecer
para permanecer na corrente
de quem se sente feliz.
E, assim, deixar tudo fluir.”
“Veja a gente! Nós, borboletas!
Não estamos presas.
Estamos juntas.”
“Estamos numa mutua troca de movimento.
Numa dança que hora nos afasta,
hora nos encanta a aproximação.”
“De muito perto estamos solidárias.
De mais longe somos uma mandala viva,
rica de trajetórias indefinidas e curvilíneas
e que não se repetem nunca.”
“Somos borboletas puras!
Compondo uma “Grande Borboleta” maior,
a voar pelo ar metamorfoseando-se
por aqui e por lá.”
“Voe com agente
no seu olhar.”
A borboleta saiu.
Se uniu as suas outras pares.
Acompanhei até o olhar não mais avistar.
Por um segundo estive aqui
e lá.
Foi mágico!
Foi sábio o que a borboleta me disse.
E nunca mais eu fiquei triste.
Seja lá o que eu perder na vida
vou me deixar ficar tranquila e agradecida.
Sei que me retornará um dia.
A partir de então,
a minha caminhada ficou mais divertida.
Hoje, deixo rastros pelo chão,
que vão se misturando a outros rastros,
deixados por outros meus irmãos.
Ao olhar para trás,
ao longe,
vejo um grande mosaico,
um tipo de desenho abaixo do horizonte.
Talveis, um dia,
eu possa desenhar
feito as lindas borboletas vivas no ar.
E desenhar, também, uma grande mandala.
Por enquanto, sigo, sendo, aqui,
uma simples e inocente...
lagarta!
joao pedro
25 06 15
travessa leblon
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